O setor de construção busca impulsionar sua presença na agenda ESG por meio da adoção de certificações de sustentabilidade.

Publicado em 14 de setembro de 2023 por



Com o objetivo de minimizar o impacto da indústria da construção no meio ambiente, o setor está se concentrando na melhoria da eficiência energética das edificações e na promoção de construções mais sustentáveis como estratégia para reduzir as emissões de gases poluentes. Reconhecendo a importância de ajustar os projetos de construção para atender às diretrizes ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança Corporativa), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estabeleceu uma parceria com a International Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial e a maior instituição global de desenvolvimento voltada para o setor privado em mercados emergentes.

O acordo entre a CBIC e a IFC, assinado em 2021, tem como objetivo promover o mercado de construção sustentável por meio da certificação internacional EDGE (Excellence in Design for Greater Efficiencies). Essa certificação ajuda a identificar maneiras mais econômicas de utilizar energia, água e materiais durante o processo de construção. Nilson Sarti, presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, enfatiza que a promoção dessa certificação é fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, além de impulsionar uma mudança cultural no setor.

“A adoção da certificação EDGE pelas incorporadoras é uma forma de atender as diretrizes ESG, incentivar mudanças em prol da sustentabilidade na sociedade e, além disso, a certificação pode servir como um pré-requisito para a obtenção de financiamentos verdes”, explicou Sarti.

Atualmente, o Brasil possui mais de 70 empreendimentos com a certificação EDGE, que oferece garantias aos consumidores finais de que esses imóveis causam menos impactos ambientais e podem gerar economias significativas em custos operacionais. Daniela Corcuera, CEO da Quanta Studio e responsável por assessorar mais de 60 projetos EDGE no Brasil, destaca que as residências certificadas podem economizar em média até US$ 263 em custos de serviços públicos, graças à utilização de materiais de menor consumo de energia e tecnologias construtivas mais sustentáveis.

Empresas como a incorporadora Moura Dubeux, atuante na região Nordeste, aderiram à certificação EDGE como parte de seu compromisso com a sustentabilidade e a estratégia ESG. Mara Moura Dubeux, gerente de produtos da empresa, enfatiza que a certificação é parte integrante do compromisso da empresa em oferecer unidades habitacionais ecoeficientes e conscientizar sobre a importância da preservação ambiental.

Outra incorporadora, a Tegra, com dois edifícios em processo de certificação em São Paulo, reconhece que os clientes estão cada vez mais preocupados com questões sustentáveis. A analista ESG da empresa, Hannah Sung, destaca a importância da certificação EDGE como uma forma simplificada e transparente de abordar pilares como consumo de energia, água e materiais.

A questão da sustentabilidade na construção também será debatida durante o Rio Construção Summit, um evento que ocorrerá no Rio de Janeiro em setembro. A CBIC está comprometida em promover discussões sobre a necessidade de regulamentações que proporcionem segurança jurídica aos investidores e aumentem a participação do Brasil na cadeia global de valor. O evento abordará tópicos como gestão hídrica e energética, resiliência urbana, mudanças climáticas e descarbonização da indústria da construção.

Esse tema também está alinhado com o projeto “Cenários e Transição para uma Economia da Indústria da Construção de Baixo Carbono”, realizado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

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