Durante o Rio Construção Summit, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou de uma discussão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho. O painel intitulado “Inovação na gestão da construção: a perspectiva feminina” abordou a crescente presença de mulheres em cargos de liderança na indústria da construção e seu impacto na gestão e na inovação das empresas.

Moderado por Ana Cláudia Gomes, presidente da Comissão de Responsabilidade Social da CBIC, o painel destacou as peculiaridades da indústria da construção e como as mulheres estão contribuindo para superar obstáculos e aproveitar oportunidades. Isso reforçou a importância da equidade de gênero e da diversidade em um setor tradicionalmente dominado por homens. Ana Cláudia enfatizou que, embora haja um aumento gradual da participação das mulheres na construção, ainda existem desafios significativos a serem enfrentados.

Fernanda Tauffenbach, sócia de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte, apontou a falta de uma rede de apoio como um dos principais desafios para as mulheres. Ela destacou que a ausência de uma rede sólida, incluindo apoio familiar e serviços de cuidados infantis acessíveis, pode tornar difícil para as mulheres conciliarem suas responsabilidades familiares com suas carreiras, especialmente durante viagens a trabalho.

Fernanda também observou que muitas mulheres assumem a liderança nas questões familiares e financeiras, mas essas responsabilidades ainda não são reconhecidas como projetos, mas sim como “obrigações femininas”.

Elissandra Cândido, presidente do Sinduscon Sul Fluminense, ressaltou as dificuldades que as mulheres enfrentam para ingressar na indústria da construção devido à falta de incentivo. A falta de representação feminina na construção civil pode desencorajar outras mulheres a seguirem essa carreira, pois elas podem não encontrar modelos a seguir ou oportunidades claras de progresso.

Henriete Sartori Bernabe, vice-presidente de Riscos da Caixa Econômica Federal, compartilhou sua própria trajetória e enfatizou a importância do apoio de mulheres que a incentivaram. Ela mencionou que a liderança da Caixa Econômica é predominantemente feminina e destacou a criação de um programa para promover a participação feminina e servir como exemplo para as equipes.

Ana Cláudia enfatizou a necessidade de investimento em capacitação para aumentar a inclusão das mulheres no mercado de trabalho. A CBIC lançou a Capacitação para Mulheres, um programa dedicado a ampliar a participação feminina no setor e promover maior igualdade de gênero nas empresas. A jornada de conhecimento, que vai até novembro, está focada na formação de habilidades, participação feminina e representatividade.

Essa discussão está alinhada com o projeto “Responsabilidade Social na Indústria da Construção” da Comissão de Responsabilidade Social (CRS/CBIC), em colaboração com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).