Nos últimos sete anos, houve uma redução na proporção de jovens na indústria da construção.

Publicado em 7 de março de 2024 por



Líderes da indústria da construção e profissionais do setor, entrevistados pela BBC News Brasil, destacam a escassez de mão de obra na construção em São Paulo, apesar da falta de números precisos sobre essa possível carência no Estado, que representa aproximadamente um terço do mercado nacional.

Segundo informações veiculadas nesta quarta-feira (06) pelo G1, dados do Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o Brasil registrou um saldo anual positivo de 158,9 mil contratações na construção em 2023. No entanto, a longo prazo, o número de trabalhadores no setor vem diminuindo. Atualmente, o país conta com 2,6 milhões de pessoas empregadas diretamente na área. Em 2010, eram 3,2 milhões, representando quase 19% a menos.

Além disso, um estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), com cerca de 800 mil profissionais da construção civil em 22 estados, apontou um aumento na idade média das pessoas que trabalham na construção, passando de 38 para 41 anos entre 2016 e 2023.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, os jovens estão perdendo interesse pelo setor da construção devido à exigência física do trabalho. “A pessoa precisa carregar sacos pesados nas costas, enfrentar o sol. Esse é o ponto”, afirma.

O dirigente destaca que não há uma pesquisa que indique a escassez de trabalhadores na construção, mas observa que “em todas as áreas, há falta de mão de obra e isso vai piorar”.

“É muito difícil ter um índice de desemprego na construção, porque a pessoa pode estar temporariamente nessa profissão, mas quando perde o emprego, deixa de fazer parte do setor. Ela pode mudar para qualquer outra coisa, ser padeiro, motorista, etc. Portanto, é muito difícil obter dados específicos sobre desemprego”, ressalta Correia.

Outra característica do setor destacada pelo presidente da CBIC é a informalidade. “Atualmente, temos 7,5 milhões de pessoas no setor, mas apenas 2,6 milhões são contratadas com carteira assinada.”

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