A nova formação proposta pelo Ministério da Educação e como isso reflete no ensino da Engenharia no país foi o tema principal da primeira reunião do ano do Grupo de Trabalho Valorização da Engenharia, que aconteceu nessa quarta-feira (22). O grupo é formado pela Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC), da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção (CBIC).

Durante a reunião, os membros do grupo discutiram as mudanças propostas pelo Ministério da Educação para a formação em Engenharia no país, onde a principal novidade é a adoção da Formação por Competência, que tem como objetivo principal aproximar o ensino da realidade do mercado de trabalho e formar profissionais mais preparados para atuar na área.

“Cenário novo exige uma formação mais adequada para ele. O profissional precisa ter mais autonomia e não basta mais ter só o conhecimento, ele precisa ter também as habilidades para trabalhar, além de  atitudes”, detalhou o professor de engenharia civil, Vanderli Fava, que esteve presente na reunião.

Durante o debate, o grupo de trabalho considerou a nova formação proposta pelo MEC um avanço importante para a Engenharia no país, pois, para eles, a formação por competência deve permitir que os estudantes desenvolvam habilidades práticas e teóricas de forma integrada, o que deve contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.

Como exemplo de como a formação por competência é um diferencial para os alunos, o professor de engenharia Aécio Lira trouxe um experimento que ele fez com 45 estudantes de universidades. “Medimos a competência de 45 alunos. Quando o aluno chega no nível de nossas métricas, já pode ser considerado como ter atingido o nível de um avançado global”, explicou Lira.

Vanderli também levantou uma reflexão sobre o modelo atual de aula dos docentes, onde o professor não tem a preocupação de ensinar por competência. “Ele não foi formado para ministrar atividades por competência e sim de conteúdo. Fui professor durante metade da vida e trabalhei com conteúdos, mas só depois que fiz doutorado de educação na engenharia que comecei a trabalhar por competência, mas enfrentando a estrutura universitária que não é adequada a um curso baseado em competências”, avaliou Vanderli.

O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, da COIC/CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).