A descarbonização e a sustentabilidade foram os destaques da XVI Feira da Indústria do Pará.

Publicado em 4 de junho de 2024 por



A construção sustentável foi o foco de debate durante a XVI Feira da Indústria do Pará (FIPA), promovida pela FIEPA em maio, em Belém (PA). O evento, com a participação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), abordou o papel da produção industrial no desenvolvimento da região, destacando temas como transição energética, descarbonização, sustentabilidade e gestão empresarial.

O vice-presidente de meio ambiente e sustentabilidade da CBIC, Nilson Sarti, enfatizou a importância da preparação, especialmente das pequenas e médias empresas, para o compromisso com uma economia de baixo carbono. Segundo ele, estudos da ONU indicam que o setor precisa reduzir 37% do consumo de energia até 2030. Sarti também destacou temas prioritários como a construção com madeira e o projeto “O Futuro da Minha Cidade”.

“Nós precisamos preparar não só nossas empresas, mas também nossas cidades para reduzir os impactos dos eventos extremos que já estamos vivenciando”, afirmou.

O presidente do Sinduscon-PA, Fabrizio de Almeida Gonçalves, ressaltou a relevância de Belém nas discussões ambientais. “Estamos atentos a temas como descarbonização e a construção com madeira. O debate trouxe exemplos de obras concluídas em menos de um mês, aproveitando materiais e reduzindo a geração de resíduos. Em 2025, vamos receber a COP 30 para avançar no combate às mudanças climáticas”, comentou.

Jonas Paiva, engenheiro químico da Mizu Cimento, destacou a importância das construções sustentáveis tanto no contexto ambiental quanto social. “Estamos em um momento de intensa discussão sobre mudanças climáticas e seu impacto na vida de milhares de pessoas”, disse. Para ele, pensar em estratégias para reduzir o impacto ambiental é essencial para as gerações futuras. “Quando propomos construções com menor impacto de carbono, estamos pensando nas gerações que podem pagar pelo preço da falta de planejamento do presente”, afirmou.

Paiva também mencionou as mudanças no setor de cimento para reduzir a quantidade de CO2 por tonelada produzida. “Hoje, trazemos grandes discussões, estratégias e tecnologias para produzir cimentos com menor impacto ambiental. O Brasil é vanguardista graças à sua matriz energética verde”, concluiu.

O CEO da Rewood, Calil Neto, reforçou a importância de ampliar os debates sobre o tema. “Daqui a 100 anos, a maioria das pessoas que estão lendo isto não estarão vivas. Precisamos aprender a viver com a terra e não da terra. Precisamos fazer a diferença para que as próximas gerações tenham as mesmas oportunidades que temos hoje”, destacou.

O tema está alinhado com o projeto “Descarbonização do setor da Indústria da Construção e os Negócios e Soluções Inovadoras em Sustentabilidade”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

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