No terceiro dia da Semana CANPAT Construção 2023, foi abordada a complexa questão das diferenças nos sistemas de ancoragem usados na indústria da construção. O evento reuniu especialistas na área e proporcionou análises detalhadas sobre a segurança no trabalho em altura, um tema de grande importância para prevenir acidentes no setor.

Rodrigo Fonseca, engenheiro e membro da comissão de estudo, implantação e uso do Sistema Individual Contra Queda pela Animaseg, trouxe à tona uma pergunta fundamental: “ancoragem é tudo igual?”. Ele ressaltou que essa pergunta é o ponto de partida para compreender as complexidades do sistema. Fonseca destacou que a diversidade de atividades de trabalho em altura requer diferentes tipos de ancoragem, cada um com finalidades e especificações distintas.

Ele enfatizou a importância de escolher dispositivos de ancoragem confiáveis, que tenham passado por testes e aprovações rigorosas. Para ele, trabalhar nos limites de carga do equipamento não é uma opção, e é crucial manter uma margem de segurança. Fonseca destacou: “Porque estão em jogo vidas. Um dispositivo de ancoragem é confiável desde que seja fabricado com o material apropriado e tenha sido testado.”

Fonseca também alertou sobre a disseminação de informações incorretas no mercado, o que pode resultar em desinformação e, potencialmente, em situações perigosas. Ele concluiu: “Quando falamos sobre o sistema de ancoragem, precisamos parar e refletir se o que está sendo feito hoje é minimamente aceitável”, enfatizando a importância de os profissionais seguirem as normas regulamentadoras brasileiras para garantir a segurança no trabalho.

O auditor fiscal do trabalho, Antônio Pereira do Nascimento, apresentou uma perspectiva fundamental sobre as questões de segurança no trabalho em altura. Ele destacou que o trabalho em altura é uma preocupação constante e que a queda de altura é uma das principais causas de acidentes graves e fatais na construção civil, de acordo com um levantamento realizado em 50 construtoras.

Ele enfatizou a importância de considerar a ancoragem desde a fase de projetos, destacando que a adaptação posterior do sistema de ancoragem pode ser inviável em termos de resistência, rigidez e durabilidade. Ele alertou que, sem um projeto bem fundamentado, especificações adequadas e cálculos apropriados, a segurança dos trabalhadores pode ser comprometida.

Nascimento concluiu incentivando a busca por conhecimento e a colaboração entre profissionais competentes, empresas e prestadores de serviços, afirmando que somente por meio desse trabalho conjunto será possível garantir a segurança dos trabalhadores no setor da construção.

Os painéis da Semana CANPAT Construção 2023 continuarão até o dia 5 de outubro e contarão com a participação dos principais atores envolvidos em Saúde e Segurança no Trabalho (SST), incluindo a CBIC, o SESI, o Seconci-Brasil e a Fiscalização do Trabalho.

Se quiser rever o debate clique aqui ou acesse o canal da CBIC no YouTube.

Esse tema está diretamente relacionado ao projeto “Segurança e Saúde no Trabalho e Relações Trabalhistas na Indústria da Construção”, conduzido pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi).