Uma cratera que se formou em um condomínio residencial próximo às obras da linha 6-Laranja do metrô em São Paulo, no final de maio, destacou a importância crucial da análise de risco em projetos de infraestrutura. Embora o incidente não tenha resultado em vítimas, ele sublinhou a necessidade de procedimentos preventivos para evitar desastres semelhantes.

A análise de risco, conforme explicado por Vinicius Fontão, co-CEO da corretora Galcorr, especializada em seguros de grandes riscos, é um processo essencial que identifica, avalia e gerencia potenciais riscos que podem impactar a execução de uma obra. Esse processo garante que todos os possíveis problemas sejam antecipados e mitigados, assegurando a segurança dos trabalhadores, do público e do patrimônio.

“A importância dessa prática vai além de simplesmente identificar perigos; ela também envolve a criação de planos de contingência e a alocação de recursos adequados para lidar com eventuais imprevistos”, explica Fontão.

Apesar dessa importância, Fontão ressalta que muitas obras não realizam uma análise de risco adequada ao contratar seguros para o período de execução do projeto. A falta de uma identificação precisa de possíveis ameaças pode aumentar a vulnerabilidade do projeto a incidentes inesperados, como o ocorrido na obra do metrô em São Paulo.

Fontão enfatiza que a análise de risco deve ser um processo contínuo durante toda a execução do projeto, e não apenas na fase de contratação do seguro.

“Realizar essa análise de forma contínua permite a identificação de novos riscos que podem surgir ao longo do tempo, garantindo uma resposta rápida e eficaz. Entre as vantagens de realizar análises periódicas estão a minimização de atrasos no cronograma, a redução de custos adicionais e a melhoria na qualidade e segurança da obra”, comenta ele. Fontão acrescenta que acidentes em obras podem resultar em perda de materiais e equipamentos, sérios danos à infraestrutura e comprometer a continuidade da construção, gerando custos adicionais. “Com uma gestão de risco bem elaborada e avaliações necessárias, é possível antecipar riscos e evitar que desastres, sejam eles naturais ou não, prejudiquem o andamento do projeto”, conclui.