Qualificação da mão de obra: o desafio de promover a cultura de valorização no setor da construção.
Publicado em 23 de julho de 2024 por
A qualificação da mão de obra e a criação de uma cultura de valorização são desafios cruciais para a indústria da construção. Ricardo Michelon, vice-presidente de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destaca que o setor deve evoluir amplamente para superar esses obstáculos.
Contudo, a mudança cultural é um processo complexo que requer a colaboração de diversos agentes do setor. “Qualquer transformação que almejamos a longo prazo envolve uma mudança cultural. E, obviamente, mudar a cultura é uma tarefa difícil de implementar”, afirmou Michelon.
Ele enfatizou que todos os atores do setor são essenciais para implementar uma nova cultura. “Estamos lidando com valores, crenças e percepções sobre o setor”, explicou.
Para alcançar essa transformação, é necessário que sindicatos, governo e empresas estejam alinhados e compartilhem uma visão de futuro. “Se todos tiverem uma visão de futuro alinhada e conectada, poderão, através de suas ações e influências, direcionar os movimentos em prol da mesma mudança cultural”, concluiu.
Ao investir em tecnologia e criar um ambiente de trabalho atrativo, o setor da construção civil pode não apenas aumentar sua produtividade, mas também oferecer melhores condições de remuneração e desenvolvimento profissional para seus trabalhadores.
“A valorização da qualificação profissional surge, portanto, como um elemento central para a evolução do setor e para a construção de um futuro mais promissor”, destacou Michelon.
Para entender os desafios e oportunidades relacionados à qualificação da mão de obra na construção civil brasileira, a CPRT lançará em breve uma pesquisa focada tanto nos empresários quanto nos trabalhadores.
“A comissão realizará um levantamento que incluirá perguntas não apenas para os empresários, mas principalmente para a força de trabalho. Queremos entender a realidade dos trabalhadores, o que os motiva a trabalhar no setor, quais dificuldades enfrentam para permanecer nele, sua percepção sobre o setor e possíveis sugestões de melhoria”, explicou Michelon.
Com base nos resultados da pesquisa, a CPRT pretende delinear uma linha de ação mais assertiva, propondo soluções e ações concretas para o governo, empresas e instituições de ensino. O objetivo é identificar as causas dos desafios na qualificação da mão de obra e desenvolver hipóteses de ação que possam ser implementadas de forma eficaz.
“O desafio da mão de obra não é novo. É algo que está no radar do setor há muitos anos. Portanto, ao realizar esta pesquisa, queremos realmente entender a situação. As ações que pretendemos conduzir devem ser mais assertivas”, destacou Michelon.
A CPRT planeja estabelecer parcerias e investir em iniciativas que promovam a qualificação da mão de obra, colaborando com instituições de ensino e desenvolvendo programas de treinamento específicos. Essas ações visam não apenas melhorar a capacitação dos trabalhadores, mas também aumentar a atratividade do setor, oferecendo melhores oportunidades de desenvolvimento e remuneração.