O uso do Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, tem se mostrado uma ferramenta crucial na redução de custos e na promoção da sustentabilidade em projetos de construção. Um exemplo concreto desse impacto foi evidenciado pela Reta Engenharia, que conseguiu diminuir os custos operacionais em 11,28% e reduzir em 40% a pegada de carbono estimada na construção de uma hidrelétrica, graças à implementação do BIM.

Durante o painel “Benefícios do BIM na gestão de projetos complexos – aplicação e resultados”, realizado no 98º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), diversas experiências bem-sucedidas foram compartilhadas, destacando o papel fundamental do BIM em projetos de grande escala. Lucas Fukuda, arquiteto master especialista em BIM da Reta Engenharia, explicou que o processo iniciou com um estudo minucioso das etapas e componentes da construção da hidrelétrica, visando modelar os custos de capital (capex). Esse modelo permitiu identificar desvios e otimizar o orçamento, resultando em uma redução significativa nos gastos. Além disso, os inventários realizados possibilitaram o cálculo da pegada de carbono, promovendo uma construção mais sustentável.

Para Fukuda, o uso do BIM oferece a oportunidade de desenvolver empreendimentos de alta qualidade, reduzindo o impacto ambiental e viabilizando infraestruturas mais ecológicas, em consonância com os desafios das mudanças climáticas.

Túlio Duarte Faria, gerente de novos negócios da Reta Engenharia, destacou que o modelo BIM também facilita o acesso a financiamentos sustentáveis, mencionando opções como emissão de títulos e solicitação de empréstimos em linhas de crédito para projetos sustentáveis, como aquelas oferecidas pelo Banco Mundial.

Para Celso Pimentel, diretor comercial na MIP Engenharia, o caso exemplifica que a adoção do BIM não é uma utopia, e sim uma realidade viável para projetos complexos. Witis Saraiva, do Grupo HTB, reforçou essa ideia, apresentando a utilização bem-sucedida do BIM na reforma do Aeroporto de Teresina, demonstrando a eficácia da metodologia mesmo em projetos em estágios avançados.

Essa discussão está alinhada ao projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas”, promovido pela Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da CBIC, em parceria com o Senai.