O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, expressou em entrevista à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira (24), a preocupação do setor em relação à demanda por mão de obra e à escassez de trabalhadores.

Segundo Correia, a indústria da construção já enfrenta desafios na contratação de mão de obra e antecipa um aumento significativo na demanda por trabalhadores a partir do segundo semestre deste ano. Essa perspectiva é impulsionada pelos robustos planos de investimento previstos para os próximos anos, especialmente nos setores de habitação e infraestrutura. Ele afirmou: “A partir do segundo semestre, acho que já podemos ter um pouco mais de pressão (de mão de obra).”

Correia destacou que as construtoras estão se preparando para enfrentar um cenário de maior demanda por trabalhadores, adotando medidas como capacitação de funcionários, antecipação de contratações, foco na industrialização e estímulo à participação de mulheres no setor.

Ao considerar a previsão de incremento de 30% nos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o presidente da CBIC enxerga uma reserva de 13,7 bilhões de reais para a faixa 1 do programa habitacional Minha Casa Minha Vida e investimentos em infraestrutura do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2024. Ele afirmou que é uma expectativa possível atingir um número próximo a 3,7 milhões de trabalhadores no setor até o final de 2024, início de 2025.

O Conselho Curador do FGTS aprovou um orçamento de 117,65 bilhões de reais para políticas públicas de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana em 2024, mantendo esse orçamento para os anos seguintes. Correia destaca que essa alocação de recursos pode contribuir para melhorar a remuneração e atrair mais profissionais, visando mitigar os desafios futuros relacionados à falta de mão de obra.