Nos últimos cinco anos, o número de trabalhadores na Construção Civil cresceu em quase 40%.

Publicado em 4 de fevereiro de 2025 por



De acordo com os dados do novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, a Construção Civil gerou 110.921 novos empregos com carteira assinada em 2024 em todo o País. Esse saldo positivo foi resultado da diferença entre 2.430.272 admissões e 2.319.351 desligamentos. Assim, o setor encerrou o ano com um total de 2.858.990 trabalhadores formais, representando um crescimento de 4,04% em relação a 2023, quando o número era de 2.748.069.

Todos os três segmentos da Construção registraram crescimento no emprego. A Construção de Edifícios criou 45.837 novas vagas, enquanto as obras de infraestrutura geraram 4.567 oportunidades. Já os Serviços Especializados para a Construção se destacaram, com 60.517 novos postos de trabalho. O aumento no número de trabalhadores formais foi mais expressivo nos Serviços Especializados (6,39%) e na Construção de Edifícios (4,38%).

A série histórica do Caged e do Novo Caged revela que a Construção Civil tem registrado crescimento contínuo no mercado de trabalho nos últimos sete anos, reforçando sua relevância na geração de emprego e renda no País.

Desde 2020, quando a pandemia chegou ao Brasil, o setor criou 800.378 novos postos de trabalho. No início daquele ano, havia 2.058.612 trabalhadores formais na Construção Civil, número que subiu para 2.858.990 ao final de 2024, um crescimento de 38,88% em cinco anos. Nesse período, considerando todas as atividades econômicas (7.754.005 novas vagas), a Construção Civil foi responsável por 10,32% dessas contratações.

Apesar do saldo positivo, o número de novos empregos no setor em 2024 foi 29,09% menor do que o registrado em 2023. A principal razão para essa queda foi a forte redução na criação de vagas no segmento de infraestrutura. Em 2020, esse setor gerou 47.163 novos empregos, enquanto em 2024 foram apenas 4.567 – uma queda superior a 90%. Esse cenário pode ser explicado pelo fato de que 2023 foi um ano pré-eleitoral, o que impulsionou investimentos e obras. Já em 2024, houve o encerramento desses projetos, resultando em menor dinamismo no setor.

Os estados que mais geraram empregos na Construção Civil em 2024 foram São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Por outro lado, Bahia, Rondônia, Piauí e Mato Grosso do Sul apresentaram saldo negativo de empregos no setor.

Nos últimos três meses de 2024 (outubro, novembro e dezembro), o número de demissões superou o de admissões, resultando em um saldo negativo. Historicamente, dezembro já registra maior número de desligamentos devido à sazonalidade do setor, mas a desaceleração foi mais intensa do que no ano anterior.

O mercado de trabalho da Construção Civil reflete o bom desempenho do setor. De acordo com estimativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Construção Civil cresceu 4,1% em 2024, impulsionada pelo dinamismo do mercado de trabalho e pela retomada das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, o setor também enfrentou desafios, especialmente as elevadas taxas de juros. Segundo a Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a CBIC, 34,1% dos empresários apontaram os juros altos como o principal problema do setor, um aumento de 8,7 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2024.

Para 2025, a CBIC projeta um crescimento de 2,3% na Construção Civil, o que deve contribuir para a criação de novas vagas. Entretanto, há preocupação com o aumento da taxa Selic, que no fim de janeiro de 2025 já havia atingido 13,25%. Juros elevados dificultam o crédito, desestimulam investimentos e podem levar ao adiamento de novos projetos, impactando o setor.

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