Na segunda-feira, durante o 15º Congresso Brasileiro da Construção, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a presença da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em um painel de discussões sobre investimentos em infraestrutura no Brasil trouxe à tona questões cruciais para o desenvolvimento do país. Carlos Eduardo Jorge Lima, presidente Executivo da Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística (APEOP) e vice-presidente de Infraestrutura da CBIC, representou a entidade e ressaltou a importância dos investimentos em infraestrutura, bem como os desafios inerentes a essa empreitada.

Durante a abertura do evento, Lima Jorge destacou a complexa relação entre oportunidades e desafios no cenário da infraestrutura, comparando-a a uma equação na qual “X oportunidade é igual a X desafios que nós temos pela frente”. Além disso, ele salientou que, além da infraestrutura relacionada ao transporte, é fundamental considerar a infraestrutura social, que abrange áreas como saneamento, educação, saúde, segurança e habitação, todas vitais para o país.

Lima Jorge frisou a urgência de um investimento substancial, equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), apenas para manter o atual estado da infraestrutura no Brasil. Apesar de algumas iniciativas recentes, como o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê um investimento de R$ 1,7 trilhão nos próximos anos, e a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida, o caminho a ser percorrido rumo a níveis satisfatórios de investimento é longo.

Roberto Garibe, secretário Especial Adjunto de Articulação e Monitoramento do Ministério da Casa Civil, representou o governo no debate e destacou a importância do PAC como um instrumento vital para orientar o crescimento do país. Ele enfatizou que o investimento em infraestrutura é uma variável sensível que requer coordenação e consenso político para ser efetivo. Além disso, ele observou que, desde a década de 80, o Brasil enfrenta uma tendência de declínio nos investimentos.

Garibe também realçou a importância de investir em infraestrutura social, como educação e saúde, e como esses setores podem contribuir para a reindustrialização do país e a transição para práticas mais ecológicas.

Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), compartilhou as diretrizes do BNDES relacionadas aos investimentos em infraestrutura. Ele alertou para a queda de cerca de 20% nos investimentos em infraestrutura nos últimos 10 anos, apontando a urgência de reverter esse declínio e retomar o crescimento. Borim enfatizou o compromisso do BNDES em apoiar e viabilizar investimentos em infraestrutura, desde a concepção de projetos até o fornecimento de financiamento para projetos de grande importância para o desenvolvimento do país.

Luiz Albert Kamilos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp), também participou do debate, focando na situação de São Paulo e destacando os desafios e oportunidades específicos do estado no que se refere à infraestrutura.